Um paraíso cultural chamado Paraty - RJ

Quem chega à Paraty, tem a sensação de que o tempo parou; uma cidadezinha espremida entre a serra e o mar e que teve seu apogeu no Ciclo do Ouro. No Centro Histórico, a moldura é formada por preservados casarões coloniais, igrejas dos séculos 18 e 19 e ruas calçadas pelos escravos em pedras pés-de-moleque onde o tráfego de automóveis é proibido.

Porém, basta circular pelas ruelas para conferir uma cidade pulsante, charmosa, com gente, sotaques e paladares do mundo inteiro, combinando tradição e modernidade.

A vida cultural em Paraty também é bastante significativa. O cenário utilizado nas festas religiosas, como a do Divino, é o mesmo onde a turma pula o Carnaval, os fãs da branquinha degustam a bebida no Festival da Cachaça e os intelectuais circulam durante a concorrida Festa Literária Internacional, a Flip.

História de Paraty - RJ

Era uma vez uma bela cidade colonial chamada Paraty, que nasceu no ciclo da cana-de-açúcar e enriqueceu no ciclo do ouro - mas que, após perder a posição de mais importante porto de escoamento de procutos brasileiros, foi sendo aos poucos abandonada até se ver em total isolamento durante toda a metade do século 20.

Só depois da abertura da estrada Cunha - Paraty, em 1964, e da inauguração da Rio-Santos, em 1972, a beleza de Paraty - muito bem preservada pela falta de progresso e pelo tombamento pelo IPHAN em 1958 - pôde ser descoberta pelos forasteiros. E em 2019, a cidade recebeu o título de Patrimônio Mundial, concedida pela Unesco. 

Paraty não tem a modernidade das grandes cidades, nem altares dourados como os de Salvador e Olinda. Seu encanto e atrativo principal está na singeleza do seu traçado, nos símbolos maçônicos gravados nas quinas das casas, no balanço do mar que invade as ruas próximas ao cais da maré cheia, na incrível visão do mar e das montanhas, na topografia surpreendente plana para uma cidade portuguesa. 

A cidade não possui ladeiras, mas, em compensação, tem um poderoso redutor de velocidade dos pedestres, o calçamento de pedras irregulares, muito conhecido como "pé-de-moleque", que é inimigo dos sapatos de salto e requer cuidado em qualquer caminhada. Mas, se a caminhada é até uma das lindas praias de Paraty, pode ir sem pressa, apreciando cada passo e a energia de um lugar tão único e especial. Porém, quando for explorar o Centro Histórico, o conselho é o mesmo: Vá devagar. Será a caminhada mais proveitosa e tranquila de sua vida. 

Praias, trilhas e cachoeiras em Paraty - RJ História de Paraty - RJ 

Paraty reúne ainda praias e cachoeiras. Na estrada para Cunha ficam quedas d´água que formam piscinas naturais perfeitas para banhos, como Pedra Branca e Tobogã.

Já na vila de Trindade, a 20 quilômetros, praias selvagens e acessíveis por trilhas, como a do Sono e do Cachadaço, atraem os mais jovens e aventureiros. Para quem não quer saber de caminhadas, barcos partem do cais todos os dias para passeios pela baía e suas ilhas.

Melhores praias de Paraty - RJ  

Praia dos Antigos 

A praia dos Antigos está cercada por morros altos e vegetação nativa. E, além da presença forte do verde nos arredores, a praia é totalmente paradisíaca e perfeita para quem busca um momento de tranquilidade. As águas são claras e as areias branquinhas. Há, ainda, amendoeiras e uma pedra no meio da areia, que da ainda mais belezae e charme ao cenário praiano. O acesso até esta belezinha, se dá pela trilha, levando em média uma hora e meia, ou por boates a motor, em cerca de 20 minutos.

Praia da Ponta Negra 

Na praia da Ponta Negra você irá encontrar águas verdes claras e areias branquinhas. Logo é possível imaginar o paraíso que a praia da Ponta Negra é, não é mesmo? Há muito o que se aproveitar na praia, como a prática de snorkelling, surf em épocas do ano que o mar fica mais agitado, trilhas e poços (piscinas naturais) do Moisés e das Galhetas. 

Praia do Sono 

A areia branca da praia se mistura as águas esverdeadas do mar, dando um contraste que atrai ainda mais os olhos dos visitantes. A vegetação nativa aproxima todos ainda mais da natureza. E, as amendoeiras enfeitam a orla e dão ainda mais charme a mesma. Neste paraíso habita uma pequena comunidade caiçara, que acolhe a todos de braços abertos. Há, ainda, uma pequena trilha de 20 minutinhos, que se inicia na igreja localizada no meio da praia do Sono e que leva até as deliciosas piscinas naturais formadas pelo córrego Jamanta. O nome praia do Sono surgiu porque as montanhas são altas e os raios de sol demoram para aparecer pela manhã e somem logo à tarde, oferecendo um sono mais demorado. 

Praia Paraty-Mirim 

Praia e ruínas históricas, esta é a praia Paraty-Mirim, que além de oferecer sombra e água fresca, abriga também ruínas de vários casarões que merecem toda a atenção dos visitantes. A praia é extensa e cortada ao meio pelo rio Paraty-Mirim, o que resultou em seu nome. Para os mais religiosos, vale a pena uma visita na Igreja Nossa Senhora da Conceição, construída em 1757. E, além dos atrativos já citados, o lugar oferece vários bares, portanto, se a fome ou a sede bater, já sabe. 

Cepilho

A praia do Cepilho é linda, aconchegante, de areia fofinha e clara, com águas transparentes e formação rochosa em suas pontas. Além disso, é famosa por ser dona de belas ondas e por isso, é considerada um dos melhores lugares para o surf no país, fazendo a alegria dos surfistas de plantão. Há, ainda, um pequeno riacho que deságua no canto, ótimo para se refrescar. Para a juventude, há um bar, que está sempre tomado por moradores e visitantes jovens. 

O que ver e fazer em Paraty - RJ? 

Centro Histórico de Paraty 

Graças o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, quase nada mudou por ali. Erguido entre os séculos 18 e 19 em uma área compreendida entre o Rio Pequerê-Açu e a Baía de Paraty, mantém a paisagem emoldurada por casarões coloniais e igrejas. A proibição do tráfico de automóveis preservou o irregular calçamento em pedras, tornando a caminhada a única maneira de circular pela área e conhecer os cartões-postais como a igreja de Santa Rio, erguida em 1722. Nos coloridos sobrados funcionam bares, restaurantes, lojinhas de artesanato e souvenirs que vendem simpáticas lembrancinhas de Paraty.

Passeios de barco em Paraty

Há inúmeros roteiros bonitos pela Baía de Paraty, sempre com as paradas para mergulho. O mais tradicional circula pelas ilhas próximas e pelas praias Vermelha e da Lula. Já quem busca cenário mais rústicos, a dica é ir de barco até a Ponta de Cajaíba e de lá seguir por trilhas para as praias de Paraty, como Martin de Sá e Grande da Deserta. Outro passeio pra lá de interessante é o que leva ao Saco do Monguaguá, um braço de mar de oito quilômetros.

Eventos em Paraty

Pra quem faz questão de burburinho, a melhor época para visitar a cidade é durante a Festa Literárea Internacional (FLIP), que acontece entre os meses de julho e agosto. 

Os fãs da branquinha podem unir o útil ao agradável agendando a viagem para o último final de semana de agosto, quando rola o Festival da Cachaça. 

Caminho do Ouro 

A estrada calçada feita em pés-de-moleque pelos escravos até o século 18 e 19, em plena mata-atlântica, está bastante reservada. Batizada de Caminho do Ouro por ser a passagem que ligava Minas ao Rio durante o ciclo do metal, a estrada chama a atenção não apenas pela importância histórica, mas pelas riquezas naturais que a envolvem. 

Teatro de Bonecos 

O belo espetáculo "Em conserto", do grupo Contadores de Estórias, da vida a bonecos de pano e espuma. As apresentações, premiadas em diversas partes do mundo, acontecem às quartas e aos sábados. No teatro Espaço. 

Visitar os alambiques

Há sete alambiques principais na cidade, por isso, vale a pena visitar ao menos um. O mais artesanal de Paraty é o Maria Izabel, que produz a cachaça de mesmo nome em barris de carvalho e jequitibá. A apresentação dos produtos é feita pela própria Maria Izabel. Por lá, ainda chamam a atenção a decoração e a localização - no meio da mata, fica de frente para a Baía de Paray. Já o Engenho D'Ouro produz aguardentes que fazem sucesso mundo a fora, como em Belo Horizonte e Bruxelas. O alambique faz parte de um conjunto que inclui restaurante e uma casa de farinha. 

Ainda no roteiro da cachaça estão os alambique Coqueiro - o mais antigo, que é tocado pela mesma família há cinco gerações; Corisco, um dos mais famosos, caracteriza-se pelas cachaças fortes; Paratiana, da cachaça Gabriela (com cravo e canela); Pedra Branca, bem-estruturado; e Maré Cheia, com cachaças populares. 

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